Com a chegada da primavera, que começa oficialmente no dia 23 de
setembro, aumentam os casos de alergias causadas pelo pólen das plantas.
Nesta época do ano é mais comum as pessoas sofrerem crises de asma,
rinite alérgica, conjuntivite, entre outros problemas respiratórios. O
tempo seco e a variação de temperatura são os principais fatores que
contribuem para esses quadros. Mas exatamente por que ficamos mais
alérgicos na primavera?
Nesse período de intensa florescência das árvores e polinização das
plantas, os grãos de pólen, que são estruturas masculinas de reprodução,
são levados até as partes femininas das flores por diversos meios.
Alguns deles são o vento e os insetos. Com isso, aumenta a quantidade
desses grãos no ar e o pólen torna-se um incômodo extra para aqueles que
já sofrem de alergias a outros elementos, como ácaros e fungos. Essas
alergias são conhecidas como sazonais ou primaveris e costumam atingir
mais os adolescentes e jovens adultos do que as crianças.
O pólen causa problemas respiratórios quando penetra nas vias nasais,
provocando crises de asma e rinite alérgica, espirros em sucessão,
coriza e congestão nasal. Algumas pessoas podem ter falta de ar e chiado
no peito. Outro problema bastante comum é a conjuntivite alérgica, que
provoca coceira e vermelhidão nos olhos.
Isso acontece no Brasil?
A alergia ao pólen é mais comum em
regiões com as estações do ano bem definidas, como é o caso de países
como Estados Unidos e Canadá, além de alguns da Europa. No Brasil, os
maiores índices dessas alergias estão nos Estados da região Sul. Outro
grupo de risco são os que já sofrem de rinite alérgica. De acordo com a
Asbai (Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia), 25% da
população brasileira enfrenta esse problema.
Especialistas
recomendam especialmente nessa época uma boa limpeza da casa,
principalmente quarto, onde as pessoas passam a maior parte do
tempo. Além disso, é preciso fazer os testes para identificar o tipo de
alergia que a pessoa sofre. O método mais usado é o teste cutâneo, no
qual os extratos dos alérgenos suspeitos são colocados na pele do
paciente para que o médico observe a reação desenvolvida no local. O
segundo método são os exames laboratoriais realizados com o soro do
paciente. Contudo, graças a sua origem genética, não há como evitar o surgimento da alergia.
Alergias da primavera não são, contudo, um problema exclusivo de
regiões com intensa vegetação, já que os fortes ventos característicos
da estação fazem com que as regiões urbanas também fiquem expostas ao
pólen. Jardins e plantas ornamentais criadas em casa, além de árvores
com floradas exuberantes, chamaram a atenção de especialistas
brasileiros por também serem uma fonte dessas alergias, principalmente
para os “pacientes com doença alérgica hereditária definida”.
Alívio permanente
A maneira de evitar permanentemente
crises alérgicas é dar um “choque” no sistema imunológico com
imunoterapia – sim, as vacinas contra alergia, que você toma em um
período de vários meses ou anos, contêm doses cada vez maiores da
substância à qual você é alérgico. Com o tempo, o seu sistema
imunológico passa a tolerar o alérgeno.
Lavando o nariz
Lave
diariamente as narinas. Assim como uma boa chuva limpa o pólen do ar,
uma solução salina lava os alérgenos que estão na suas narinas. Uma
pesquisa revelou que lavá-las três vezes ao dia durante os períodos em
que as alergias são mais comuns melhorou a congestão, os espirros e a
coceira e reduziu o uso dos anti-histamínicos de que os participantes
precisavam.
Para preparar a solução salina em casa, misture ½ colher (chá) de
sal, ½ colher (chá) de bicarbonato de sódio e 500 mL de água morna. Como
colocar no nariz? Use um conta-gotas pediátrico ou um dispositivo de
irrigação nasal, encontrado em lojas de produtos naturais ou farmácias,
usado na medicina aiurvédica da Índia. Incline-se sobre uma pia e vire a
cabeça de modo que a sua narina esquerda aponte para baixo.
Delicadamente, lave a narina direita com 250 mL da solução, que
escorrerá pela narina esquerda. Ao terminar, assoe delicadamente o
nariz. Repita com a outra narina.
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